quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Futebol deveria ser exemplo no combate ao racismo

"Clube Celeste publicou em seu site oficial, nota , pedindo apoio de seus torcedores na denúncia de atos racistas".

Camila Bianca - Redação Cardosão FC


Amanhã o Cruzeiro encara o tradicional Bahia, ás 20:30h, na Toca da Raposa III, o estádio Mineirão, em jogo válido pela 20ª rodada do campeonato brasileiro. Com uma campanha perfeita, a Raposa segue em busca de mais uma vitória, isso para embalar a trajetória de mais uma conquista, agora, em busca do tetracampeonato nacional.

Lamentavelmente, ouvi hoje em uma rádio uma matéria que achei absurdo no momento, mas lendo mais sobre assunto, vi que infelizmente se tratava da verdade. A informação seria de que "torcedores", se podemos chamá-los assim, estariam infiltrados no meio da verdadeira torcida do Cruzeiro, e pregariam atos racistas como gestos e gritos, a fim de prejudicar o clube na competição brasileira.

Pensando em se resguardar e contar com apoio da China Azul, a diretoria Celeste soltou uma nota oficial em seu site, chamando a atenção do torcedores sobre a informação obtida em redes sociais.

Veja uma parte da noticia publicada pelo Cruzeiro em seu site oficial: 

"O Cruzeiro é totalmente contra atitudes preconceituosas e pede ao seu torcedor que, caso perceba algum ato dessa espécie, denuncie essa pessoa e procure o segurança mais próximo para que sejam tomadas as devidas providências junto às autoridades dentro do estádio".

Nota publicada Site Oficial Cruzeiro


Relembre alguns casos de Preconceitos no Futebol

O jogador Tinga, meio-campo do Cruzeiro, assim como outros atletas brasileiros, já foi alvo de preconceito dentro dos gramados. Toda vez que o atleta tocava na bola, saia das arquibancadas da torcida do Real Garcilaso, gritos e gestos que insinuavam um "macaco", deixando o jogador chateado com o ocorrido.


Na ocasião, Tinga foi feliz em seu depoimento, comentando sobre a infelicidade do ato e que trocaria todos os seus títulos conquistados pela igualdade no esporte.

“A gente fica muito chateado, tenta esquecer ali dentro, tenta competir, mas a gente fica muito chateado de acontecer isso em pleno 2014, acontecer uma coisa dessa em um país tão perto da gente. Infelizmente aconteceu. Eu joguei alguns anos na Alemanha e nunca aconteceu isso e, de repente, aqui, um país tão próximo, tão parecido com a gente, cheio de mistura, acontece uma coisa dessas. Eu queria, se pudesse não ganhar nada e ganhar este título contra o preconceito, eu trocaria todos os meus títulos por uma igualdade em todas as áreas, em todas as classes”, disse o atleta.

Chutando Preconceito, campanha criada por Tinga

Nas últimas semanas, mais dois casos foram registrados. O primeiro e repercutido ocorrido, foi registrado na partida das oitavas de final da Copa do Brasil, um super clássico entre Santos e Grêmio. Na ocasião o time grenal era o mandante, e ouviu sua torcida imitar o barulho de um macaco insinuando gestos ao goleiro Aranha. O caso teve grande repercussão, e as pessoas flagradas estão sendo ouvidas e responderão judicialmente sobre o ocorrido. 

Campanha criada pelo Grêmio para coibir o preconceito em campo. Divulgação/Grêmio 

O outro ocorrido foi registrado na série D do Brasileirão, o goleiro Igor, do Operário de Mato Grosso, também teve que ser protagonista de atos racistas provocados pela torcida da Tombense. No momento de raiva, o goleiro chegou a chutar a bola em direção aos torcedores que gritavam coisas indesejadas, e acabou sendo expulso do jogo. O caso segue sendo investigado, para punir quem realmente foi culpado.

Literalmente tem sido absurdo a ocorrência de atos racistas no meio do futebol, um esporte reintegrador, que deveria servir de exemplo para união e igualdade independente da cor, da origem ou do sexo.  É inaceitável essa situação, seja qual time for, todos somos iguais, todos somos IGUAIS!

Caso você torcedor presencie uma cena dessa, denuncie. Hoje todos os estádios são equipados com delegacias e juízes que pode até mesmo realizar o julgamento na hora e condenar pessoas que pregam esse tipo de ato.

Vamos acabar de vez com isso no futebol, apoie a campanha criada pela Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. Todos juntos, podemos sim combater as desigualdades.

#PregueIsso



#SomosIguais!

Um comentário:

  1. Até que enfim o Rei abriu a boca pra falar uma coisa boa: "O Aranha se precipitou em querer brigar com a torcida. Se eu fosse querer parar o jogo cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, todos os jogos iriam parar. O torcedor grita mesmo. Temos que coibir o racismo. Mas não é num lugar publico que você vai coibir. O Santos tinha Dorval, Coutinho, Pelé... todos negros. Éramos xingados de tudo quanto é nome. Não houve brigas porque não dávamos atenção. Quanto mais se falar, mais vai ter racismo."

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