"Número de atletas flagrados em exames antidoping
cresce de forma acelerada a cada ano".
Gabriel Nogueira, Letícia Seabra, Paulo Ferreira e Rosane Meireles - Redação Cardosão FC
O doping é definido como o uso de medicamentos ou
drogas que possam aumentar o desempenho dos atletas durante uma competição. O
uso dessas substâncias, além de causar danos à saúde é ilegal, pois um atleta
terá vantagem nas competições em ralação ao demais. Em 1928 a Associação
Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), baniu os primeiros atletas por
causa de doping.
Mesmo com o risco de serem banidos do esporte, alguns
atletas ainda persistem no uso de substâncias, que segundo a World Anti-Doping Agency (WADA)
são proibidos. A WADA foi fundada em 1999, para combater o uso de substâncias proibidas
para os atletas. Essa Agência criou um código mundial de anti-doping (CMAD),
que é utilizado pela maioria das Federações Internacionais e pelo Comitê
Olímpico Internacional.
No Brasil, o controle do doping é feito pela
Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Mesmo com um controle tão rígido
ainda assim atletas são negligentes e acabam virando notícia da pior forma
possível. Entre os brasileiros está o caso de Anderson Silva, o maior
atleta brasileiro de MMA de todos os tempos. Ele foi reprovado no exame anti-doping realizado no
dia 9 de janeiro. O exame constatou que no organismo do lutador foi encontrada
a substância drostanolona, que é um esteroide anabolizante.
Cesar Cielo também é outro brasileiro na lista dos
reprovados no anti-doping. Em 2011 o nadador foi pego pelo uso de furosemida,
um diurético que pode apagar o consumo de outras substâncias. Cielo foi
absolvido depois que uma farmácia de manipulação admitiu a contaminação do
remédio.
Os
exames antidoping podem ser realizados a qualquer momento e de forma aleatória
- normalmente por sorteios - para atletas que competem em esportes com torneios
longos, como futebol, vôlei e basquete. Já para aqueles atletas de esportes de
temporada como a natação e o atletismo, o teste antidoping é executado geralmente
nos vencedores das provas e em alguns casos quando o atleta está sob suspeita.
Para
a realização do exame é feita uma coleta da urina do atleta depois da
competição. A seguir, a amostra é analisada em laboratório e caso algo seja
constatado é passado por novas análises. Se confirmado o uso de algumas das
substâncias proibidas pela WADA o competidor vai a julgamento.
Em
tentativa de se evitar o doping, os atletas recebem orientação verbal e uma
cartilha com todas as instruções necessárias, como a de nunca fazer o uso de medicamentos
ou quaisquer suplementos sem orientação do médico da sua equipe. O cuidado é
tanto, que nem mesmo água sem origem, pomadas ou alimento, deve ser consumido
por conta própria.
A dopagem pode acarretar sérios riscos para a saúde do
atleta, até risco de vida. Muitas vezes a continuidade do uso ou as elevadas
doses de medicamentos usados em práticas de dopagem são profundamente
perigosas. “Dependendo da substância que o atleta utiliza, pode ocasionar em
sua saúde vários fatores, como calvície, alterações do sono, alucinações,
depressão, aumento da tensão arterial e a frequência cardíaca, hemorragias
cerebrais e arritmias cardíacas graves, que podem também levar o atleta a morte”, diz Freddy Augusto Malaguti, formado em Educação
Física e lutador de Judô, Boxe e Jiu Jitsu há mais de 4 anos. A utilização
continuada pode conduzir a dependência física e psíquica, originando a síndrome
de abstinência. O uso continuo pode também resultar em emagrecimento e doenças
neurológicas.
Meldonium
O
Meldonium ganhou os holofotes nos últimos meses após a tenista russa Maria
Sharapova ser flagrada no exame antidoping pelo uso da substância durante o
Aberto da Austrália, em janeiro deste ano. Sharapova afirmou que tomava o
medicamento Mildronate, que continha a substância Meldonium, desde 2006, para
tratar uma deficiência de magnésio e evitar a diabetes.
O
remédio é normalmente usado para o tratamento de isquemia, quando falta sangue
em algumas partes do corpo, particularmente em problemas do coração. Este
medicamento é produzido na Letônia e distribuído apenas em países da península
Balcânica e na Rússia. A substância aparece inúmeras vezes nos relatórios de
doping na Rússia: 17% dos atletas russos apresentaram meldonium em seu corpo.
A
substância aumenta o desempenho do metabolismo, o que aumenta a resistência do
atleta. Ainda ajuda na recuperação depois de um esforço físico, protege da
fadiga e melhora a ativação do sistema nervoso central. Em 2015, a WADA incluiu
o Meldonium na lista de observação para determinar os efeitos no desempenho e a
quantidade de atletas que faziam uso.
A
agência mundial de antidoping compreendeu que a substância ajuda na oxigenação
dos músculos e aumenta o desempenho de um atleta. Com isso, o meldonium entrou
na lista de substâncias proibidas em 2016 como um "modulador metabólico”.
A WADA publicou em setembro do ano passado a lista atualizada de substâncias
proibidas que vigoraria a partir de 1º de janeiro deste ano.
Casos
de doping nas últimas olimpíadas
O
primeiro caso de doping no esporte olímpico foi em 1986, quando um ciclista
inglês sofreu overdose ao utilizar em grande quantidade a substância “trimetil”
para melhorar seu rendimento em um circuito em Paris.
Em
2004 nas Olimpíadas de Atenas quatro atletas perderam suas respectivas medalhas
por causa de doping, são eles:
Yuriy
Bilonog: Ucraniano, medalhista de ouro no arremesso de peso.
Ivan
Tsikhan: Bielorussoo, medalhista de prata no lançamento de martelo.
Svetlana
Krivelyova: Russa, medalhista de bronze no arremesso de peso.
Irina
Yathenko: Bielorrusa, medalhista de bronze no lançamento de peso.
Nas
Olimpíadas de Pequim em 2008, foram sete casos de doping envolvendo atletas que
conquistaram medalhas, os nomes não foram divulgados pelo COI (Comitê Olímpico
Internacional).
Já
em 2012 nas olimpíadas de Londres aproximadamente 23 casos de doping foram
confirmado pelo COI. Atletas conhecidos como Asli Cakir Alptekin, Nicholas
Delpopolo entre outros.
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