Cardosão F.C - Gabriel Nogueira, Mateus Liberato e Tiago Jamarino
Um jornalista esportivo que
possui um jeito irreverente e bem-humorado de discutir o futebol. Além das
críticas e das análises táticas, características de qualquer comunicador da
área esportiva, Héverton Guimarães encanta até quem não é tão aficionado pelo
esporte bretão. E como aspirante ao jornalismo esportivo, não poderia deixar de
acompanhar os passos de um profissional que cada vez mais, ganha espaço no
cenário nacional do jornalismo. Integrando o Programa Jogo Aberto e
apresentando a versão mineira do Donos da Bola, ambos da TV Bandeirantes,
Héverton é um dos principais nomes da área atualmente.
Héverton Guimarães no estúdio apresentando o Jornal BandNews Minas Primeira Edição. Foto: Letícia Perdigão / Divulgação
São 7 horas da manhã e lá está
ele, percorrendo os corredores da BandNews FM, em direção ao estúdio para ancorar
a edição matutina do jornal local da rádio, ao lado de Dimara Oliveira e Júnior
Moreira. Sempre educado e bem-humorado, no exato dia da entrevista, Héverton
Guimarães antes de entrar no estúdio, passou na central de apuração e deixou um
“queijo da roça” ao lado da bandeja de café e chá, dizendo que era um presente
para todos os funcionários da rádio. Depois disso, lá foi ele assumir seu lugar
na bancada para fazer seus últimos preparativos, antes de entrar ao vivo.
Após o jornal, por volta das
11h40, Héverton, parou em frente a sala da central e perguntou se já poderíamos
iniciar a entrevista. Como o estúdio da antiga Rádio Nativa estava desativado,
ele sugeriu que conversássemos lá, pois era um lugar mais sossegado e
tranquilo. Prestativo e paciente, Héverton se sentou na cadeira e perguntou em
um tom bem-humorado, qual seria o assunto em questão. Com o assunto proposto,
Héverton, usando uma camisa preta, fazendo menção à uma banda de rock, pegou
meu celular, que já estava com o gravador ligado, e começou a falar detalhes
sobre sua vida antes de ingressar no jornalismo.
Héverton Guimarães tem 41 anos
e nasceu em Divinópolis. Sempre foi aficionado por rádio desde garoto, quando
era ouvinte assíduo da Rádio Mundial do Rio de Janeiro. Além de ser um fã, ele
sempre dormiu com o aparelho próximo à cama. Aos 14 anos, fez seu primeiro
teste na Rádio Candidés, uma das mais tradicionais de Divinópolis, porém não
obteve êxito na sonora.
Antes de iniciar no
jornalismo, ele fez de tudo e mais um pouco. Vendeu balas, trabalhou em
pet-shop, foi adestrador de cães e, segundo ele, vendeu máquinas de escrever e
foi até cobaia. Porém, nada o prendia, pois sempre manifestou o sonho de
trabalhar em uma rádio e teve amigos, que segundo ele, influenciaram não só no
sonho de trabalhar na área de comunicação, como também no gosto musical.
“Enquanto o pessoal da minha
época gostava de Menudos, eu gostava era de um rock, de um black musical, de um
George Benson...”.
Em um domingo de 2003 ele
estava assistindo um jogo na casa do primo, quando avistou um jornal na mesa,
chamado Magazine, que na capa dizia que às rádios Minas e Divinópolis iriam
fazer uma troca entre suas equipes.
“Era o momento de dar as
caras. Fui até a emissora e pedi uma oportunidade. Obviamente não consegui,
pois não tinha experiência. Fui uma vez, levei um não, fui a segunda, levei
outro não, e na terceira vez tive a oportunidade de conversar com o coordenador
da equipe de esportes, que disse que além de precisar de alguém que falasse no
microfone, precisava de alguém que também soubesse vender. Aí eu falei com ele
que o que eu sei fazer de melhor é vender. Já vendi tudo nessa vida. Falar no
microfone é apenas um detalhe. Fui até um pouco pretencioso”.
Porém o diretor não quis dar a
oportunidade, justificando que iria contratar alguém mais experiente que já
trabalhava na área esportiva. E o novo contratado seria justamente o narrador
Carlos Gomes, o famoso “Menininho”, que era uma das referências de Héverton no
rádio.
“Quando o vi, disse ao
Menininho que sempre o ouvia na Rádio Record de São Paulo e que estava na rádio
fazendo um teste para o plantão esportivo. Ele insistiu para fazer um teste, e
fomos para o estúdio junto com o coordenador. Simulei uma narração e ele ficou
entusiasmado falando para o coordenador contratar. E mesmo contrariado, ele
acabou contratando”.
Nas transmissões esportivas,
Héverton começou como plantão e depois virou âncora. Porém ele sentia a
necessidade de começar a narrar. Sua estreia foi em um jogo entre Cruzeiro e
Rio Branco, em um jogo válido pelo Campeonato Mineiro. Segundo ele, mesmo com a
narração sendo péssima, não desistiu e continuou treinando.
“Ouvia o Zé Maia na Rádio
Bandeirantes e todas as frases que ele falava eu anotava. Todas as frases
quando a bola estava na defesa eu anotava. Todas as frases quando a bola estava
no meio eu anotava e todas as frases quando a bola estava no ataque eu anotava.
E depois tentava narrar um jogo repetindo as frases que ele falava. Mas aí, ou
você olha as frases ou você narra o jogo. Mas como narração é automatismo,
acabei decorando e aprendi a narrar futebol. E quando o Brasil foi fazer um
amistoso contra o Uruguai no Morumbi, os narradores titulares não puderam
trabalhar e me colocaram para narrar. Fui bem, me elogiaram, e a partir daí me
tornei um dos narradores oficiais da rádio”.
Áudio na íntegra: https://goo.gl/yUZHph
Em março de 2012, narrando um
jogo entre Guarani e Cruzeiro, em Divinópolis, Héverton foi descoberto por
Fábio Pinel, na época jornalista do Grupo Bandeirantes de Comunicação, que
explicou para ele um projeto da emissora em criar a Rádio Esportes FM, do grupo
Bradesco Esportes. Ele aceitou a proposta e começou a fazer os programas e as
transmissões esportivas do veículo, ao lado de Dimara Oliveira. Com o fim da
rádio, a equipe de esportes migrou para a Rádio BandNews FM, continuando com as
jornadas nos dias dos jogos. No mesmo ano, foi criado o programa Golasô,
apresentado por Letícia Rena e com participações de Éder Aleixo, PC Almeida,
Fael Lima e o próprio Héverton Guimarães. No início ele fazia participações,
entrando ao vivo para falar brevemente das equipes mineiras. Com as saídas de
PC, Fael e Letícia, Héverton apresentou o programa junto com Éder. Seu jeito
irreverente e bem-humorado chamava a atenção. Segundo ele, até o Éder, que
sempre foi mais sério, conseguiu despertar o lado mais descontraído.
Atualmente, Héverton Guimarães
é apresentador da versão mineira do programa Os Donos da Bola, que tem Dimara
Oliveira, Cadu Doné e Eduardo Panzi como comentaristas. Porém, sua ascensão
veio com a participação no Programa Jogo Aberto, que é o carro chefe esportivo
da emissora.
Em 2013, Héverton entrou pela
primeira vez ao vivo para defender as equipes mineiras, principalmente o
Atlético, que na ocasião estava disputando a Libertadores da América, e que
posteriormente havia sido campeão da competição continental. Sua atuação,
defendendo o Atlético, chamado de “cavalo paraguaio”, pelo jornalista e um dos
integrantes do programa, Paulo Roberto Martins, foi bastante elogiada e chamou
a atenção da apresentadora Renata Fan, que convenceu o diretor do programa da
época a continuar com as participações de Héverton no programa.
Ao terminar a entrevista, com
uma fisionomia alegre, o jornalista perguntou se precisaria de mais conteúdo.
Agradeci a oportunidade. E lá foi ele para mais uma apresentação no Jogo
Aberto.
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