"Jogador Celeste é alvo de preconceito, e diz que trocaria todos seus títulos por igualdade de classes."
Camila Bianca - Redação Cardosão F.C
Além da derrota, e das dificuldades em que a delegação
Celeste sofreu na cidade de Huancayo no Peru, o preconceito e a ignorância
falaram mais alto do que o espetáculo do futebol, principalmente para o volante
Tinga que entrou na segunda etapa no lugar de Goulart.
Foto: Luka Gonzales |
Toda vez que o jogador Celeste pegava na bola, a torcida do
Real Garcilaso fazia sons como se fossem macacos, praticando assim, uma total
falta de respeito e desigualdade. Na saída de campo, o jogador concedeu entrevista a TV Globo
Minas e comentou sobre os atos de racismo.
“A gente fica muito chateado, tenta esquecer ali dentro,
tenta competir, mas a gente fica muito chateado de acontecer isso em pleno
2014, acontecer uma coisa dessa em um país tão perto da gente. Infelizmente
aconteceu. Eu joguei alguns anos na Alemanha e nunca
aconteceu isso e, de repente, aqui, um país tão próximo, tão parecido com a
gente, cheio de mistura, acontece uma coisa dessas. Eu queria, se pudesse não ganhar nada
e ganhar este título contra o preconceito, eu trocaria todos os meus títulos
por uma igualdade em todas as
áreas, em todas as classes”, afirmou o atleta.
O ato acontecido na partida, ultrapassou as rivalidades do mundo da
bola e até mesmo o presidente Alexandre Kalil lamentou o acontecido.Pelo Twitter, o presidente do Atlético, Alexandre
Kalil, lamentou a atitude da torcida do Real Garcilaso na vitória sobre o
Cruzeiro, por 2 a
1, em Huancayo, no Peru.
“Racismo na
Libertadores? Me tiraram o prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável”, lamentou
Alexandre Kalil.
Segundo o artigo 12 do estatuto de competições da Conmebol, norteia sobre punições em casos de discriminação e comportamentos similares. No segundo parágrafo, o documento diz:
“Qualquer associação membro ou clube cujos torcedores realizem os comportamentos descritos no parágrafo anterior (qualquer tipo de discriminação) será sancionado com uma multa de ao menos US$ 3 mil (R$ 7 mil). Como jogar um ou mais jogos de portões fechados, a proibição de jogar uma partida em um estádio determinado, concessão da vitória do encontro pelo resultado que se considere, a perda dos pontos e a desclassificação da competição”, como descrito no terceiro parágrafo do artigo 12."
A Conmebol se manifestou pelo twitter pedindo desculpas para a torcida Celeste sobre o fato acontecido, e promete ações diante do caso.
“Sobre o tema de racismo em Real Garcilaso e Cruzeiro. A Confederação Sul-americana analisará o tema e possíveis sanções pertinentes. Pedimos tranquilidade aos torcedores do Cruzeiro. Sabemos que é repudiante”, manifestou-se.
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